quarta-feira, 23 de setembro de 2009


OS ACROBATAS DAS ÁRVORES
O escolhido deste mês foi um pequeno mamífero, arborícola (vive nas copas das árvores), roedor esperto, curioso e ativo, que pode dar saltos de até 5 metros além de ser capaz de descer de um tronco de frente, na vertical, desafiando a gravidade e o medo de uma queda.
Também conhecido como celerepe, caxinguelê (rato de palmeiras), o esquilo é um roedor de hábitos diurnos bastante presente em nossos quintais, onde podemos ver sua agilidade impressionante pulando de uma árvore para outra. Seus grandes trunfos são a visão e a audição aguçada e a agilidade onde a grande cauda tem papel importante. Constroem seus ninhos em ocos de árvores ou com folhas e galhos nas forquilhas das árvores mais altas, nascendo de um a três filhotes por gestação que ocorre uma vez por ano.
Estes pequenos animais vivem sozinhos ou em pares e podem chegar aos 15 anos de idade. Eventualmente podem comer brotos de árvores e larvas de insetos, mas a base de sua alimentação são frutos e sementes secas e duras como pinhões de araucária ou coquinhos da palmeira jerivá, pois como todo roedor, precisam gastar seus dentes que estão sempre crescendo. É comum encontrarmos ao pé da palmeira jerivá, coquinhos com um corte triangular, indicador de que um esquilo experiente furou o coquinho e esteve a comer a parte branca em seu interior.
Por terem o hábito de estocarem alimento, o esquilo junto com a anta e a cotia, é considerado um dispersor de sementes (animais que ao se alimentarem ajudam a espalhar sementes na mata). É que ao transportar as sementes para sua toca, às vezes elas caem e nem sempre o esquilo esta disposto a descer para procurá-las, outras vezes, enterra as sementes, mas muda de território ou esquece onde as escondeu, dando chance destas sementes germinarem.
Felizmente o nosso esquilo não esta entre as espécies em extinção, porém como todo animal silvestre é protegido por Lei e qualquer tentativa de captura, manter em cativeiro ou comercialização é considerada crime ambiental.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

ESPÉCIES INVASORAS


Em 1950, o Arquipélago de Fernando de Noronha, a mais de 545 quilômetros de Pernambuco, foi invadido por ratos vindos dos navios e embarcações que ali aportavam. Como os ratos não tinham predadores, eles procriavam abundantemente e se alimentavam livremente nas 21 ilhas que constituem o arquipélago.
Até que alguém de idéias “brilhantes” e sem nenhum conhecimento científico, resolveu introduzir em Fernando de Noronha um predador para acabar com a festa dos ratos, e o escolhido foi: O Tupinambis merianae, ou simplesmente o TEIÚ, um lagarto bastante conhecido pelos moradores da Serra da Cantareira. O Teiú quando criado em cativeiro era alimentado com ratinhos e os adorava, porém, em liberdade alimenta-se, sobretudo de frutas, ovos, larvas, vermes e insetos. Ou seja, o Teiú livre não se alimenta de ratos porque eles simplesmente não se encontram, já que o nosso lagarto tem hábitos diurnos e os ratos noturnos.
Mas e nosso amigo Teiú, ia morrer de fome? Não, logo nosso amigo começou a predar ovos e filhotes de tartaruga verde e ovos de aves marinhas que nidificam no solo, causando impactos negativos arrasadores sobre a população daquelas ilhas. O Teiú foi em Fernando de Noronha, o que chamamos de uma espécie invasora, introduzida intencionalmente naquela ilha.
Espécie invasora é todo tipo de animal ou planta que existe em equilíbrio em um determinado habitat e que, ao ser levado intencionalmente ou não para outro ambiente, se reproduz exageradamente por não existirem predadores que controlem a população, tomando o espaço das espécies nativas. Essa invasão é uma das principais causas da perda de biodiversidade no mundo, ficando atrás apenas do aquecimento global. O Brasil é considerado o país com a maior diversidade biológica do planeta, e por isso mesmo, é mais propenso a sofrer com a invasão desses organismos exóticos. Já foram listadas mais de 200 espécies deste tipo no país que deverão ser publicadas ainda este ano, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente, como a Primeira Lista Nacional de Espécies Invasoras.
Ficam os alertas: Cuidado com o que você planta na Serra da Cantareira, respeite o bioma de Mata Atlântica. Nunca solte animais de estimação exóticos em nossa floresta.
Alguns exemplos destas espécies que invadiram nosso País são: o mosquito Aedes aegypti -transmissor da dengue, o barbeiro - transmissor do mal de Chagas, o caramujo gigante africano, a abelha africana, a rã touro, as carpas, a trepadeira madressilva, o Eucalipto, a paina ou capim dos pampas, o beijo (Maria sem vergonha), a banana-flor, o mexilhão dourado, o mico comum, o mico estrela e a lagartixa comum encontrada em nossas casas.