terça-feira, 23 de novembro de 2010

Quati – o bicho esperto

Em uma manhã ensolarada, visitamos um casal de amigos, o Altair e a Gisele, moradores aqui da Serra, e para nossa surpresa nós não éramos os únicos visitantes naquele dia, havia em seu quintal e nas árvores próximas um bando de uns 20 animais, peludos, do tamanho de um cão de raça média, com um focinho semelhante aos porcos e unhas grandes e afiadas. Estavam fuçando a terra, com os rabos peludos e listrados levantados. Não demonstraram medo ou raiva de estarmos tão pertos os observando, eram os espertos quatis.

O quati (Nasua nasua) também grafado de coati (do tupi “nariz pontudo”), é um mamífero aparentado do guaxinim, possuindo um nariz mais pontudo e um corpo mais alongado. Suas patas servem para escalar as árvores, se assemelham a patas de urso. A cor em geral é cinzento amarelado, porém existem indivíduos quase negros e outros bastante avermelhados e sua cauda possui sete ou oito anéis pretos. Vivem em bandos de 10 a 20 indivíduos formados por fêmeas dominantes e machos jovens, Com mais de dois anos, os machos já vivem sozinhos, juntando-se ao bando somente na época do acasalamento, que acontece no fim da primavera. A fêmea dá a luz de 2 a 6 filhotes que ficam por mais de um mês em seu ninho no oco das árvores.

Por ter hábitos diurnos, ao amanhecer o quati de desce do alto das árvores onde dormiu tranquilo, bem enrolado como uma bola, para percorrer as matas a procura de alimento: minhocas, insetos, aranhas (adora caranguejeiras), frutas, ovos, vermes ou larvas presentes no solo.

Vale dizer que os quatis não são domesticáveis, são excelentes mordedores e podem com suas garras ferir alguém que esteja em contato direto com eles. Pela insanidade humana ao descartar lixo nos bosques, praças e ruas, o quati vira um lixeiro, saindo dos bosques e matas para "fuçar" o lixo jogado (porcamente) nos gramados e ruas ou nas lixeiras sem tampa. Por falar em lixeira, as melhores são as que possuem tampa pesada ou que possa ser fechada com tranca ou cadeado e aberta no dia que passa o lixeiro.

Lembre se que não é o quati ou qualquer outro animal morador da Serra que tem que se adaptar ao nosso modo de viver e sim nós (os invasores de seu habitat) é que temos que nos adaptar ao modo de vida deles e como pessoas “pensantes” bolar maneiras inteligentes de não prejudicar a ambas as partes. Um destes mecanismos inteligentes foi pensado por nossos amigos do início da matéria, eles possuem uma geladeira na área da churrasqueira onde volta e meia era assaltada por quatis, resolveram o problema colocando um elástico desses de prender coisas na garupa de motocicletas, na porta da geladeira.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Jacu, o grande pássaro negro!

Quem nunca deparou com uns pássaros negros com o papo vermelho ao amanhecer ou ao entardecer nas árvores de nossos quintais? São os jacus (Penelope ochrogaster) que se diferem das jacutingas (Pipile jacutinga) porque estas têm o topo da cabeça branca (tinga em tupi significa claro).
Os jacus vivem em bando nas matas e na época do acasalamento andam em casais, o jacu é monogâmico. Os jacus são aves de grande porte, que podem atingir até 85 cm de comprimento, a plumagem é escura, em geral preta e com um aspecto escamado, este efeito e produzido pelas penas do peito e das costas que são mescladas de branco.
Nas árvores seu tamanho não o impede de saltarem com rapidez de ramo em ramo. Encontrado em áreas de matas da América do Sul: Brasil, Bolívia, Paraguai e Argentina se alimentam preferencialmente de frutos de palmeiras, no que é considerado um hábil dispersor de suas sementes.
Por falar em sementes e jacus, em Domingos Martins – ES, tem gente protegendo essas aves e ao mesmo tempo ganhando dinheiro, é o Café de jacu ou internacionalmente conhecido como Jacu Bird Coffe. Do mesmo modo que o Kolpi Luwaki, café produzido na Indonésia onde os grãos do café são retirados das fezes de um mamífero chamado civeta (bicho semelhante a um gato) e de um café do Vietnã onde é utilizada a doninha, o Café Jacu é extraído depois que o jacu come o fruto do café e defeca suas sementes despolpadas, que depois de torrada e moída é vendida a preço de ouro principalmente para a Europa e Estados unidos. Tudo começou com os jacus comendo os frutos do café nas plantações, e alguém com uma visão “natureba” e corajosa, em vez de sair matando os jacus resolveu provar o produto de suas fezes, gostou, aprovou e soube de imediato o valor que teria de manter as aves em suas plantações. Segundo os entendidos em café, o produzido pelo jacu se iguala aos melhores cafés do mundo.
O jacu está presente no rótulo de uma aguardente de Assis – SP, assim como também é um adjetivo pejorativo de pessoa desajeitada, acanhada, boba, caipira.
Esta ave está sendo ameaçada de se extinguir devido à destruição de seu habitat e a caça predatória, portanto quando você ver um jacu, agradeça por estar morando e convivendo com mais esta raridade que a mãe natureza nos presenteia.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010




quarta-feira, 14 de julho de 2010